domingo, 6 de abril de 2014

Seus Olhos



No brilho dos seus olhos
Vi-me pleno,
Calmo e sereno
Flutuante.

Vi-me do avesso
Vísceras, excrementos,
Um ser feio,
Tanto quanto fascinante.

No brilho que emanou
Quase fico cego, mas
Foi tateando o
Incerto
Que percebi quão belo
Tornamos-nos.

(Fui fisgado pela leveza do
Seu sorriso descontrolado, seus
Cabelos negros, jogados, suados,
Emaranhados...)

Na luz da explosão do
Encontro entre nossas órbitas
Universos foram criados,
Ressurgirmos como deuses do nosso destino.
Com nossos quatro braços
De Shiva
Destruímos o passado
E renovamos o futuro.

O caminho é longo
Mas seguro.
Se pela pequena ponte
Da ansiedade
Atravessarmos
E no brilho dos olhos nos
Guiarmos
Estaremos em uníssono,
Vibrando nosso mundo
Dentro deste outro,
Que até então vivia mudo.


(Jorge Elô)