Não consigo falar, me faltam palavras
As borboletas agora são companheiras
A sensibilidade nunca foi um forte, e sim um fraco
O amor é por tanto quanto em qualquer e em todos
As rosas agora não dançam mais, não exalam
Os vinhos já não têm o mesmo sabor
Meus inimigos eternos choram
Você é minha grande alegria
Vivo um dia e outro
Dia em que te encontrar é a lei mais exata de sobrevivência
Feliz
Esse é a leitura que fiz de tua mão
Isso é meu sentimento
Sinto muito, às vezes mais ainda
Às vezes menos em que se imagina, pois imaginar e minha sina
Imaginar que te fazer feliz é meu dever
Dever, devir, devoto de teu olhar doce, sublime
Distraído em conhecer teus desejos, desejando conhecer-te por inteiro
Não consigo falar, me faltam palavras
(José Maria)
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Se não escrevo mais
Não é por falta de sentir,
Mas porque sinto em excesso.
Os sentimentos estão
Cada vez mais
Complexos,
E as palavras
Cada vez mais
Escassas.
O mundo, o futuro,
As promessas de vida,
O sonho de consumo
Tudo esfumaçado.
Quem sabe amanhã
Ao acordar tenha algo
Suspenso sobre minha cabeça.
Algo que me lembre
Tudo que venho esquecendo.
Algo vivo que me ensine
O que é a vida.
E que me faça ver
Que a arrogância de querer ser a si mesmo
Às vezes se perde na homogeneidade
Das multidões.
E que o preço da sinceridade
Às vezes é a solidão.
Se não escrevo não é porque
Deixei de sentir,
E sim porque venho diluindo-me
Cada vez mais
Na normalidade moral,
Social, sexual, material
Desta sociedade
Tortuosa e torturante.
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