quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Algo


Algo que torne o imensurável
Em estritamente palpável.
Que torne o caos das almas
Em substancia estável.
Que traga aos olhos insones
Alegrias quiméricas,
E que liberte o poeta
Da tirania das métricas.
 (Jorge Elô)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ressaca


Mais um dia em que acordo 
e minhas carnes tremem. 
Sem pudores para lamentar do ocorrido, 
levanto esbaforido 
cambaleando entre sêmen. 

(Aponto a agulha do vinil 
e recoloco minha trilha sonora) 

Deslizo entre pernas 
em direção a última garrafa. 
Ela ainda resguarda 
A derradeira e primeiríssima dose. 

Concedo aos lábios um gole 
e tudo retorna: 
Essência de seres antigos, 
bacanais intermináveis, 
conversas com olhos fixos! 

Mais um dia recomeça 
e o que antes era mazela 
ganha forma em ferro fundido.

(Jorge Elô)