quarta-feira, 22 de abril de 2020

Pecado Mortal

Hoje eu tive um sonho
Via de longe o planeta Terra.
Estava preso nessa enorme esfera
De água e areia, sementes e
Guerras.

Havia uma alma
Algemada à minha
Sugando-me os fluidos,
Tornando-me inerte.
Uma alma jovem
De uma moça, tão bela,
Condenada,
Disse - me ela,
Por um pecado mortal.

Nesse plano de carne e
Sangue
Onde as dores são reais,
Perguntei à jovem
Se ela poderia
Deixar-me em paz.

- Não quero definhar
Por favor, me entenda.
Não sinto que me quer mal
Mas, abra as algemas.
Deixe-me planar nessa esfera
E outros ares respirar
Em Saturno
Urano,
Plutão
Ou além do sistema solar.

Deixe-me em labirintos dantescos
encontrar com meus demônios,
Desamarrar essas amarras e
Exalar meus feromônios.
Fertilizar os terrenos inférteis
Dos famintos que roem
Os pergaminhos do
Deus Seth.

Cada gota que me suga
Torna-me tão pequeno
E nem você ou eu
Pode evoluir.
Só te peço para ir
Minha pequena.
Parta da jornada terrena,
E me deixe saborear
O que optou por desistir.

(Jorge Elô)

domingo, 12 de abril de 2020

NÃO TE REVELES.

Não te reveles às pessoas
Os astros sabem quem és.
O ar que alimenta seu sangue;
O ferro fundido em enormes
Estrelas gestantes:
Eles sabem que és.

Não te reveles às pessoas.
Elas enxergam  uma pequena, minúscula parcela dos espectros da luz.
Não enxergam o ultravioleta, nem o raio x, nem as microondas ou ondas de rádio...
Elas não vêem além do que as limitam.

Não te reveles às pessoas.
Elas possuem ego
E vão destruir o seu.
Irão jogar redes em seu mar
E recolher seus peixes.
Irão destruir seus corais e
Poluir suas nascentes.

Não te reveles. Revolte-se.
Se curve ao sol,
Aos vírus,
Aos insetos,
Aos astros. Se curve ao vento
Às plantas. Aos mamíferos e aos
Animais de sangue frio.
Se curve sem jamais se revelar.

Ninguém merece saber o que
Forjas em sua usina nuclear.
Ninguém.